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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Rodoviários reclamam de condições de trabalho

Trabalhadores convivem com frota precária e dizem que são obrigados a fazerem hora-extra e a remuneração não é computada no contra-cheque
Reféns da precariedade do sistema de transporte público do Distrito Federal, os rodoviários convivem de perto, e diariamente, com as deficiências das empresas de ônibus que prestam serviço na capital. Veículos com 12 anos de uso, pneus desgastados e falta de freios são alguns dos problemas que os rodoviários revelam ter de conviver e se omitir fazendo vistas grossas para não gerar mais gastos e contratempos para as empresas.
As situações precárias de trabalho não se resumem só na frota de ônibus, em entrevista ao Coletivo, um rodoviário que não pediu para não ser identificado, afirma que com a exceção da Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB), empresa administrada pelo GDF, todas as outras concessionárias do transporte coletivo do DF obrigam seus funcionários a fazerem um esquema chamado de meia viagem ou produtividade, que é a realização obrigatória de horas-extra na escala de trabalho.
Ele diz que o pagamento deste período trabalhado não é registrado em carteira de trabalho, contratos e não há recibos de pagamentos supostamente para não deixar rastros de uma atitude possivelmente ilegal por parte dos empregadores. “Esta atitude da empresa é no mínimo estranha. Somos obrigados a trabalhar muito, com ônibus quebrados e por isso muitos trabalhadores ficam calados. A perseguição é grande”, desabafa.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Saul Araújo da Silva, alega que as reclamações com relação à remuneração extra não procedem, uma vez que os trabalhadores aceitaram tais condições em acordos coletivos. “A realidade do transporte no DF é diferente do resto do País. A demanda em horário de pico é grande e falta profissionais, com isso as empresas estão autorizadas a pegar 25% do seu quadro efetivo e colocar nas ruas fazendo horas-extra”, explica Silva. Questionado sobre a falta de registro da remuneração por meio de recibos ou contra-cheques o presidente do Sindicato afirmou estar tudo conforme o acordo coletivo.
A reportagem procurou o DFTrans para comentar o caso e obteve a resposta de que o órgão não legisla sobre o assunto. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego alegou que precisa de uma reclamação formal para investigar o caso. Já o superintendente administrativo da Viação São José, Mário Fonseca, também alegou que está tudo conforme os acordos trabalhistas.

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